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Alvaro Valle
Alvaro Bastos Valle

Patrono
A DISPUTA POR ILHAS INCENDEIA O LESTE ASIÁTICO
   
Um novo foco de tensão está instalado no já conturbado panorama internacional, com reflexos diretos não apenas na campanha politica pela reeleição de Barak Obama, mas interferindo também nas mudanças de governo na China, Coreia do Sul e Japão: uma disputa entre os governos chinês e japonês pela posse de três minúsculas ilhotas no Pacífico, que os japoneses chamam de Senkaku, enquanto a China chama o arquipélago de Diaoyu. A região em disputa possui grandes reservas de petróleo e gás natural.

Para embaralhar o complexo jogo de poderes e provocações na região, os chineses mostram suas garras também no lado Sul de seu mar, em impasses com Vietnã e Filipinas, além da eterna rivalidade com Taiwan. A região - fundamental para a estabilidade financeira do planeta - virou um terreno minado.

Mas as tensões não param por aí. Ao mesmo tempo o governo da Coréia do Sul disputa com o Japão a soberania das Ilhas Dokdo, ou Takeshima, como prefere o Japão. A disputa pelas minúsculas ilhotas no Pacífico vem reabrindo, de forma explosiva, feridas antigas entre potências econômicas asiáticas. As Ilhas pertencem oficialmente ao Japão, que garante ser a dona da terra.

Numa disputa com a Coréia do Sul o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, deixou de lado ontem o tom diplomático e afirmou que a ocupação das ilhas Dokdo/Takeshima por aquele país, em vigor desde 1954, é ilegal. Foi uma resposta a uma recente provocação do presidente Lee Myung-bak, o primeiro líder sul-coreano a colocar os pés nas ilhas da discórdia.

Tóquio fez ameaças econômicas contra Seul, declarando que alianças reforçadas nos últimos anos poderiam ser rompidas. O Japão diz ter direito sobre as ilhas desde o século 17. As Senkaku estão com os japoneses desde o fim do século 19, quando as tropas imperiais iniciaram a expansão militar que terminou com a derrota na Segunda Guerra Mundial.

Na década de 30 a ocupação japonesa da Coreia e de parte da China foi brutal. O Japão já pediu desculpas, mas lembranças nunca superadas totalmente complicam os impasses. Para marcar presença, nacionalistas japoneses desembarcaram nas Senkaku, fincando a bandeira do sol nascente. A imagem provocou a ira chinesa e levou milhares às ruas. "Morte aos japoneses, mesmo que a China se encha de túmulos", gritavam manifestantes. O governo comunista não fez muito para controlar os protestos. A China enfatiza a educação patriótica que enaltece os esforços comunistas contra "o mal japonês". Jovens chineses continuam acreditando que o Japão não fez o suficiente para expiar os crimes da guerra - diz Jeff Kingston, da Universidade de Temple, em Tóquio.

O aumento da tensão entre as duas maiores economias asiáticas em torno das ilhas, levou os analistas a calcular quanto custaria a suspensão das relações bilaterais entre chineses e japoneses: US$ 345 bilhões, no mínimo. A mídia de Pequim, controlada pelo Partido Comunista, já começou a sugerir que a China adote sanções econômicas contra o Japão. Os chineses são os maiores parceiros comerciais dos japoneses e, com certeza, Tóquio teria muito a perder se o confronto atingisse a área econômica.

Nesse xadrez, as peças são movidas por questões econômicas, históricas e políticas. Os mais interessados na escalada da tensão são as forças nacionalistas, que fazem pressão sobre seus respectivos dirigentes. A disputa traz de volta a Guerra Sino-Japonesa, quando a China, inferiorizada economicamente na época viu seu território ser tomado e sua população massacrada na década de 30.

A China, com uma postura cada vez mais agressiva, é quem mais incomoda os vizinhos e preocupa o Ocidente. As águas em disputa no Mar da China Meridional e no Mar da China Oriental são ricas, mas não se trata apenas de uma batalha por petróleo, rotas marítimas ou depósitos pesqueiros. Orgulhos nacionais também estão em jogo.

Mas a China também perderia. Cálculo do "Wall Street Journal" mostra que o Japão é responsável por 9% do comércio total da China. A compra e venda de mercadorias entre os dois países é quatro vezes maior do que o volume de negócios que Pequim tem com todos os outros países do bloco dos Brics juntos (Brasil, Índia, Rússia e África do Sul). Além disso, desde 2011, a China é o principal destino turístico dos japoneses. Quase quatro milhões de turistas japoneses visitaram cidades chinesas em 2011.

A briga entre os dois países esquentou de vez com protestos violentos. Duas empresas japonesas de tecnologia, a Canon e a Panasonic conhecidas no Brasil, suspenderam os negócios na China, com medo de ataques da população.

A polícia chinesa teve que usar a força para conter manifestações na cidade de Shenzen. Um hotel foi destruído. Na capital Pequim o protesto foi pacífico, em frente à embaixada japonesa. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, esteve em Tóquio e pediu calma aos dois países. Mas uma gigantesca manifestação na cidade de Zhuhai destruiu vários carros fabricados no Japão.

Nesse xadrez, as peças são movidas por questões econômicas, históricas e políticas. Os mais interessados na escalada da tensão são as forças nacionalistas, que fazem pressão sobre seus respectivos dirigentes. A China, com uma postura cada vez mais agressiva, é quem mais incomoda os vizinhos e preocupa o Ocidente. As águas em disputa no Mar da China Meridional e no Mar da China Oriental são ricas, mas não se trata apenas de uma batalha por petróleo, rotas marítimas ou depósitos pesqueiros. Orgulhos nacionais também estão em jogo.

A linha mais radical do Partido Comunista quer mostrar que hoje a China deve ser respeitada militarmente. Os chineses reforçaram a presença naval no Mar Meridional, onde se desentendem com o Vietnã pela soberania das ilhas Paracel e com as Filipinas em torno das ilhas Spratly. O aumento do poderio bélico de Pequim ocorreu após os EUA anunciarem, em janeiro, que a Ásia-Pacífico seria o foco central de sua estratégia de defesa.

Poucos analistas, no entanto, acreditam num conflito armado. A China mudará em outubro a liderança do PC. O Japão terá nova eleição nos próximos meses, e a Coreia do Sul trocará de presidente. O cenário é propício ao populismo. Também há motivos domésticos movendo tudo isso - observa Kingston.

A política expansionista do Japão envolveu também a Rússia. Yoshihiko Noda já havia sido obrigado a engolir, em julho, uma visita do premier russo, Dmitri Medvedev, às ilhas Kurila, outra região que Tóquio considera sua, embora seja controlada por Moscou desde a Segunda Guerra. Provocado agora por Myung-bak, Noda prometeu ir aos tribunais internacionais. A carta de protesto enviada a Seul foi devolvida, numa tremenda ofensa diplomática.

A China foi alvo dos japoneses na segunda guerra mundial e isso também abre uma grande desconfiança e desconforto por parte dos chineses com os japoneses. Está havendo protestos na China a favor de que o Japão deixe de reivindicar que a Ilha deve ser livre de pessoas e que as Ilhas são fundamentalmente parte da China de acordo com a história.

O aumento da tensão entre as duas maiores economias asiáticas, China e Japão, em torno das ilhas Senkaku, levou os analistas a calcular quanto custaria a suspensão das relações bilaterais entre chineses e japoneses: US$ 345 bilhões, no mínimo. A mídia de Pequim, controlada pelo Partido Comunista, já começou a sugerir que a China adote sanções econômicas contra o Japão.

Os chineses são os maiores parceiros comerciais dos japoneses e, com certeza, Tóquio teria muito a perder se o confronto atingisse a área econômica. Mas a China também perderia. Cálculo do "Wall Street Journal" mostra que o Japão é responsável por 9% do comércio total da China. A compra e venda de mercadorias entre os dois países é quatro vezes maior do que o volume de negócios que Pequim tem com todos os outros países do bloco dos Brics juntos (Brasil, Índia, Rússia e África do Sul). Além disso, desde o ano passado, a China é o principal destino turístico dos japoneses. Quase quatro milhões de turistas japoneses visitaram cidades chinesas em 2011.

Mesmo assim, as tensões continuam a crescer. As manifestações contra o Japão por causa das ilhas se espalharam violentamente pela China. Empresas como Panasonic e Cannon anunciaram que vão manter as portas fechadas em algumas de suas fábricas chinesas enquanto os protestos não forem contidos

Duas empresas japonesas de tecnologia, a Canon e a Panasonic - conhecidas no Brasil-, suspenderam os negócios na China, com medo de ataques da população. Os chineses protestam contra a compra de ilhas no mar entre os dois países. De manhã, a polícia chinesa teve que usar a força para conter manifestações na cidade de Shenzen. Um hotel foi destruído. Na capital Pequim o protesto foi pacífico, em frente à embaixada japonesa.O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, esteve em Tóquio e pediu calma aos dois países. No sábado, uma gigantesca manifestação na cidade de Zhuhai destruiu vários carros fabricados no Japão.



   
 
 
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